quinta-feira, 15 de maio de 2025

Atividade de Orientação de Estudos 16 de maio 1ªA e 2ªA

 Leia o texto abaixo, após a leitura, transcreva as questões em seu caderno com apontando a alternativa correta.

Atividade para 1ª Séria A e 2ª Série A - Orientação de Estudo prof Igor

LÍNGUA PORTUGUESA

Cascas de barbatimão

Eu ia para Araxá, isto foi em 1936, ia fazer uma reportagem para um jornal de Belo Horizonte.O trem parou numa estação, ficou parado muito tempo, ninguém sabia por quê.

Saltei para andar um pouco lá fora. Fazia um mormaço chato. Vi uma porção de cascas de árvores. Perguntei o que era aquilo, e me responderam que eram cascas de barbatimão que estavam ali para secar. Voltei para meu assento no trem e ainda esperei parado algum tempo. A certa altura peguei um lápis e escrevi no meu caderno: “Cascas de barbatimão secando ao sol.”

Perguntei a algumas pessoas para que serviam aquelas cascas. Umas não sabiam; outras disseram que era para curtir couro, e ainda outras explicaram que elas davam uma tinta avermelhada muito boa.

Como repórter, sempre tomei notas rápidas, mas nunca formulei uma frase assim para abrir a matéria - “cascas de barbatimão secando ao sol.” Não me lembro nunca de ter aproveitado esta frase. Ela não tem nada de especial, não é de Euclides da Cunha, meu Deus, nem de Machado de Assis; podia ser mais facilmente do primeiro Afonso Arinos, aquele do buriti. Ela me surgiu ali,naquela estaçãozinha da Oeste de Minas, não sei se era Divinópolis ou Formiga.

Um dia, quando eu for chamado a dar testemunho sobre a minha jornada na face da terra, que poderei afirmar sobre os homens e as coisas do meu tempo? Talvez me ocorra apenas isto, no meio de tantas fatigadas lembranças: “cascas de barbatimão secando ao sol.”

(Rubem Braga. Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 7.ed, 1998, p.175)

 

1. Considere os três primeiros parágrafos do texto. É correto afirmar que o elemento que

desencadeia o desenvolvimento da história está:

(A) na necessidade de esclarecer os leitores de um jornal, com informações exatas a respeito de um fato qualquer.

(B) na parada do trem por um tempo além do previsto, numa das estações do percurso feito regularmente.

(C) no desconhecimento dos demais viajantes sobre as propriedades oferecidas pelas cascas de certas árvores.

(D) na falta de informações precisas dos responsáveis, a respeito de problemas ocorridos durante uma viagem.

 

2. A continuidade do texto se baseia:

(A) nas diferentes opiniões emitidas por algumas pessoas a respeito da utilidade das cascas de barbatimão.

(B) na alternância entre a 1a pessoa verbal, para marcar a visão pessoal do autor e a 3a pessoa, como um narrador de fora dos acontecimentos.

(C) na sequência de presente, passado e futuro, respectivamente, marcada pelos tempos verbais, que garante o desenvolvimento cronológico do assunto.

(D) no uso da frase entre aspas, sempre repetida, que une a narrativa da viagem a uma reflexão pessoal, na segunda parte do texto.

 

3. O hábito de tomar notas rápidas, como afirma o cronista, se deve à circunstância de:

(A) viajar constantemente, por lugares que desconhecia.

(B) estar sujeito a contratempos, em suas viagens.

(C) ser ele um repórter, atento a fatos interessantes.

(D) dar testemunho dos fatos ocorridos em sua vida.

 

4. "Cascas de barbatimão secando ao sol." Em relação à frase acima, está correto o que se afirma:

(A) No final do texto, o cronista atribui a ela um sentido figurado, relacionando-a ao sentido da vida, diferente do sentido com que aparece no final do 1o parágrafo.

(B) A frase está empregada sempre em seu sentido próprio, como cascas de um tipo de árvore,todas as vezes em que surge no contexto.

(C) A frase apresenta sentido figurado, sempre que é repetida no contexto, simbolizando as dificuldades da vida.

(D) O cronista não consegue atribuir sentido à frase, por ignorar a utilidade das cascas de barbatimão.

 

5. A intenção do autor, insistindo no uso das aspas, em uma das frases do texto, é:

(A) repetir informações obtidas em outros autores.

(B) valorizar o conhecimento popular a respeito de uma árvore.

(C) assinalar o caráter singular da frase.

(D) realçar a pouca importância do seu sentido no contexto.

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